Dor de dente: tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

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Dor de dente. Essas três palavras juntas são capazes de deixar muitas pessoas apreensivas e até sem sono. Afinal, não há nada pior do que uma dor que não cessa e que costuma aparecer nos momentos mais inconvenientes.

Apesar disso, muitos indivíduos não dão a devida atenção ao problema (que costuma surgir pequenininho e ir se agravando sem os cuidados específicos), evitando ir ao dentista e deixando que a situação se torne muito mais grave do que deveria, levando a questões mais sérias e até mesmo à perda do dente.

Em alguns casos, a dor é tão forte que ela pode irradiar para outros pontos, gerando dor de cabeça e pressão nos ouvidos. Se você conhece bem o que é ter uma dor de dente e está preocupado com a sua, continue a leitura e saiba tudo sobre esse assunto.

O que é a dor de dente?

Como em qualquer parte do nosso organismo, a dor é sempre um indício claro de que algo não vai bem. No caso da dor de dente, ela pode ter vários significados, como uma fratura, uma infecção e até um problema gengival.

Antes de qualquer coisa, contudo, é essencial que você entenda a formação do seu dente e, assim, compreenda por que qualquer problema em suas estruturas é tão doloroso.

O dente é formado por:

  • esmalte, que é a parte mais externa. Esse é um tecido duro e mineralizado, mas que também pode sofrer danos, principalmente quando a escovação é feita de maneira inadequada;
  • dentina, que é a camada que se situa logo abaixo do esmalte. Nessa área existem milhões de pequenos túbulos que se ligam diretamente à polpa do dente. Por isso, quando uma infecção ou uma cárie, por exemplo, atingem a dentina, as chances de também atingir a polpa são grandes;
  • polpa, que é o tecido mole que fica no centro do dente e onde estão presentes os vasos sanguíneos e os nervos. Se o problema atinge esse setor, o paciente sentirá bastante dor.

Normalmente, se o problema afeta a polpa, o paciente pode ter uma lesão no nervo, o que leva a uma inflamação e ao aumento do volume da polpa. Como essa é uma área pequena e sem possibilidade de expansão, acabamos sentindo muita dor e desconforto.

Em muitos casos, a dor de dente começa pequena, por afetar as partes mais externas do dente. Porém, sem os cuidados adequados — geralmente por evitarmos a ida ao dentista —, o problema acaba se agravando e atingindo também as áreas internas, levando a uma dor maior e, claro, a um tratamento mais longo, doloroso e caro.

Por isso, quando os primeiros sinais aparecerem, o mais recomendado é sempre buscar ajuda especializada, evitando que a situação se agrave e que esse dente possa até mesmo cair.

Quais são as causas mais comuns?

A dor de dente pode ser a primeira manifestação de muitos distúrbios que afetam a nossa saúde bucal. Para ter certeza do que está causando o seu problema, o indicado é sempre passar por uma consulta com um dentista. Veja abaixo algumas causas mais comuns.

Cárie

No começo, a lesão causada pela cárie pode ser assintomática, dando apenas alguns indícios visuais, como um escurecimento em algum ponto do dente. Isso acontece porque, em um primeiro momento, a cárie ainda não conseguiu criar uma cavidade, e, assim, não existe a exposição da dentina.

Quando o problema se alastra e o esmalte começa a ser corroído, contudo, é que a dor de dente pode aparecer. Nesse estágio, é possível sentir mais sensibilidade ao ingerir alimentos quentes ou frios.

À medida que o distúrbio vai se agravando, a cárie passa a penetrar mais fundo no dente, levando a uma inflamação e causando uma dor de dente mais pronunciada e até pulsante.

A cárie é causada por bactérias que costumam viver em nossas bocas ajudando a transformar os alimentos em ácidos. Quando a escovação não é feita de maneira adequada, esses micróbios passam a se acumular sobre os dentes, levando ao surgimento da placa bacteriana, do tártaro e da cárie.

Além da escovação ineficiente, existem outros problemas e condições que podem favorecer o surgimento da cárie, como:

  • ingestão de alimentos que tenham maior probabilidade de “aderirem” ao dente, como leite, mel, açúcar, sorvete, refrigerante, bolos e outros;
  • pouco flúor, seja devido ao baixo consumo de água fluorada ou ainda por não realizar esse tipo de tratamento nos consultórios;
  • crianças e idosos têm mais probabilidade de ter cáries, devido à dificuldade de escovação nos anos iniciais e ao desgaste natural dos dentes e à diminuição da gengiva conforme se envelhece;
  • boca seca causada pela produção ineficiente de saliva, seja por doenças ou pelo uso de determinados medicamentos;
  • transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, que podem levar à erosão dentária, aumentando as chances de cáries;
  • uso de aparelhos dentais, que dificultam a escovação e favorecem o acúmulo de restos de alimentos;
  • azia ou refluxo, que podem trazer o ácido do estômago para a boca, favorecendo o desgaste do esmalte dentário.

Além da dor de dente, a cárie pode dar outros indícios, como a sensibilidade, a dor ao morder, a coloração mais escura na superfície de um dente e também a presença de orifícios visíveis nas áreas afetadas.

Doenças periodontais

As doenças periodontais são problemas relacionados à gengiva e, muitas vezes, podem ser silenciosas no início, causando dor somente em situações bem graves e quando já existe um comprometimento importante de várias estruturas.

No início, é possível que você note apenas a sua gengiva um pouco mais avermelhada ou com sangramento ao passar o fio dental, por exemplo. Caso essa situação seja ignorada, ela poderá evoluir para uma periodontite, levando à reabsorção óssea, à contaminação da polpa do dente, à infecção e até à perda do dente afetado.

Toda essa situação, é claro, poderá ser bastante dolorosa conforme for evoluindo e, por isso, o tratamento rápido e ainda no começo do problema é a melhor maneira de evitar sequelas.

As doenças periodontais também podem ser evitadas com uma escovação adequada. Isso porque o acúmulo de placa bacteriana entre a gengiva e o dente é o principal problema que causa a gengivite (o estágio inicial da doença). Sem a remoção adequada dessa placa, ela poderá começar a se acumular, causando a infecção prolongada.

Retração gengival

Outro problema bastante comum que pode levar à dor de dente é a retração gengival. Afinal, quando as gengivas retraem, a raiz fica exposta, causando um grande incômodo ao consumir alimentos quentes e gelados e até mesmo no momento em que o ar entra na boca.

A retração gengival pode ter várias causas e somente o seu dentista será capaz de avaliar qual é o motivo que está levando a essa situação. As mais comuns são:

  • trauma por escovação: quando o paciente usa escovas com cerdas muito duras ou coloca muita força no processo, esse impacto pode promover o afastamento do rebordo do tecido gengival, expondo a coroa do dente;
  • inflamação da gengiva: a gengivite e as doenças periodontais também causam a retração da gengiva, devido à presença de uma infecção no local (é o que chamamos de bolsa periodontal);
  • trauma oclusal: acontece quando colocamos força excessiva nos dentes, principalmente devido ao mau posicionamento deles. Em alguns casos, esse problema também pode ser causado por tratamentos odontológicos mau sucedidos, como implantes, clareamentos e até a colocação de aparelhos odontológicos.

A melhor maneira de se prevenir é ter uma escovação adequada, sem tanta força e estar sempre de olho na saúde da sua boca. Caso note algum desconforto, sangramentos, irritações ou outros sinais de que a sua gengiva não está saudável, procure por um dentista.

Quando não tratada adequadamente, a retração gengival pode causar muitos transtornos além da dor de dente, como mau hálito, sensibilidade excessiva, perda óssea ao redor da área afetada e até perda gengival.

Traumas dentários

Batidas, quedas, acidentes na prática de esportes e outras situações do nosso dia a dia podem causar traumas nos dentes, levando a dores. Em alguns casos, pode ser que o paciente nem se dê conta de que bateu o dente, sendo que apenas alguns meses depois ele nota o fato, devido à mortificação da polpa.

O trauma dentário pode levar a fraturas nos dentes, como pequenas trincas, à perda momentânea do dente ou a uma simples dor local. Em todas essas situações é essencial procurar ajuda especializada imediatamente, evitando problemas mais graves, como a perda do dente de forma irreversível.

Embora os traumas dentários sejam mais comuns em crianças, principalmente quando estão aprendendo a andar, eles também podem acontecer em adultos, sobretudo na prática de esportes. Por isso, é muito importante usar protetores bucais em determinadas modalidades.

Sensibilidade nos dentes

A sensibilidade também pode levar à dor nos dentes, principalmente quando ingerimos algum alimento quente ou frio. Normalmente, ela é causada devido à exposição dos tubos dentários ou da raiz, algo que também pode acontecer nos casos de retração gengival.

Quando o calor ou o frio entram em contato com essa área exposta e inervada, o paciente sente dores e desconfortos, tornando a sua vida mais difícil, tendo de evitar inúmeros alimentos e situações.

As principais causas que levam a esse problema são:

  • a escovação inadequada e com força excessiva, que pode causar a retração gengival;
  • a alimentação incorreta, que é capaz de causar danos ao esmalte do dente;
  • o não uso do fio dental, que pode dificultar a retirada de placas bacterianas — capazes de causar inflamações na gengiva e levar à retração.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a sensibilidade também pode ser tratada: com o uso de flúor em gel ou de enxaguantes com essa substância, escolhendo cremes dentais específicos e até com o uso do laser.

Como você pôde notar, na maioria dos casos de dor de dente, existem maneiras de evitar o surgimento e o agravamento dos problemas com medidas simples, como:

  • escovação adequada, sem força excessiva, sempre que se alimentar e usando uma escova de dentes adequada ao tamanho da sua boca (além de trocá-la periodicamente, sempre que houver o desgaste das cerdas);
  • uso do fio dental para a remoção de restos de alimentos e de placas que podem se acumular entre a gengiva e o dente;
  • visitas periódicas ao dentista, a fim de que o profissional possa fazer um exame completo da sua boca, investigando possíveis problemas ainda no início (como é o caso da gengivite) ou até mesmo encontrando possíveis traumas e tratando-os logo no começo, evitando a perda do dente.

Como posso tratar a dor de dente enquanto não vou ao dentista?

Embora o mais recomendado seja sempre procurar o atendimento de um dentista o mais rápido possível, às vezes, a dor de dente pode acontecer em momentos nos quais não temos condições de buscar esse cuidado, como aos finais de semana ou quando estamos viajando.

Nessas situações específicas, existem alguns cuidados que podem ajudar a amenizar o desconforto e o problema até que você consiga ser cuidado por um profissional. Confira algumas dicas.

Use soluções caseiras

Muita gente nem imagina, mas existem muitas receitas caseiras que podem ajudar bastante na hora de aliviar a dor de dente. Alguns desses itens são:

  • alho: tem propriedades anti-inflamatórias e ainda ajuda a aliviar a dor, agindo contra as bactérias que podem estar inflamando a sua gengiva, por exemplo;
  • cravo: é rico em várias substâncias analgésicas e é capaz de reduzir a dor local. Você poderá tomar um chá de cravo, mascar o cravo ou ainda aplicar óleo de cravo sobre a área inflamada. Só tome cuidado para não deixar a área exposta durante muito tempo à ação do produto, porque ele pode causar queimaduras;
  • própolis: também é um ótimo anti-inflamatório e não tem nenhuma contraindicação. Ele pode ser aplicado diretamente no local da dor, agindo contra as bactérias invasoras;
  • água morna e sal: a dupla é ótima para fazer um bochecho em toda a boca, estimulando a limpeza do local afetado e reduzindo a infecção;
  • gelo: você poderá tanto aplicar bolsas de gelo, quanto mastigá-lo. O gelo ajuda a reduzir a circulação sanguínea no local afetado, diminuindo a sensação de dor e funcionando como um anestésico natural.

Escove o dente afetado e use o fio dental

Em alguns casos, a dor de dente pode ser causada por algum alimento parado que irrita a gengiva. Nessas situações, escovar adequadamente o dente e passar o fio dental é o mais recomendado.

Além disso, manter o local limpo ajuda a evitar que a infecção se torne mais grave, comprometendo ainda mais a sua situação até a visita ao dentista. Só, claro, tome cuidado para não colocar muita força ou agredir ainda mais a área afetada.

Afora a escovação e o uso do fio, você poderá tomar água com mais frequência, usar bicarbonato de sódio e fazer bochechos com soluções específicas de limpeza, evitando que a infecção se alastre.

Evite a água oxigenada

É muito comum na hora que a dor de dente “aperta” que algumas pessoas usem a água oxigenada para combater a infecção. Porém, essa não é uma prática recomendada pelos dentistas, já que existem vários riscos de se colocar essa substância diretamente na sua boca.

O uso da água oxigenada (em qualquer quantidade) por pessoas não qualificadas, pode levar a inúmeros distúrbios graves, principalmente a queimaduras na gengiva e na mucosa da boca, causando mais problema do que ajudando a resolvê-los.

Embora esse seja um item usado no consultório dos dentistas, em casa nem sempre temos controle sobre o tempo adequado de exposição e sobre a concentração mais indicada. Por isso, evite o seu uso.

Não use remédios sem a recomendação do dentista

Outra maneira usual de resolver a dor de dente é apelando para anti-inflamatórios e analgésicos de uso comum. Porém, essa prática também é desaconselhada pelos dentistas.

Principalmente porque você não terá noção de qual substância é mais indicada para o seu caso e nem da dose correta. Ao se automedicar, você pode causar ainda mais problemas e até agravando a situação, como é o caso quando uma infecção bacteriana está em curso e apenas usamos um anti-inflamatório sem um antibiótico junto, o que causa mais transtornos do que resultados.

Quais são os tratamentos e quando devo procurar um dentista?

Sempre que você apresentar dor nos dentes é recomendado procurar o dentista. Mesmo que o desconforto diminua ou até passe dentro de alguns dias, é essencial que o profissional analise toda a sua boca, já que, em algumas situações, a doença ainda pode estar em curso e causar problemas posteriores com o passar do tempo.

Os tratamentos para a dor de dente dependerão muito das causas dessa dor e podem englobar:

  • tratamento de canal, no caso de cáries mais profundas e que já afetaram a polpa do dente;
  • limpeza dos dentes, para a retirada de placas bacterianas e tártaros que podem estar causando a gengivite, por exemplo;
  • uso de medicamentos a fim de combater a infecção;
  • modificações dos hábitos dos pacientes, como reduzindo o estresse e evitando “descontar os problemas” na hora de escovar os dentes, colocando força demasiada nesse procedimento e levando à retração gengival;
  • controle do trauma dental, no caso de batidas e pancadas, com o reimplante do dente perdido ou o tratamento da lesão (que pode ser um dente trincado, por exemplo);
  • tratar a sensibilidade dental, que também pode levar à dor de dente, com diversas abordagens, como aplicação de verniz, espuma ou gel de flúor, aplicação de agente fixador, visando impermeabilizar a dentina ou ainda tratar com o laser terapêutico;
  • revertendo tratamentos odontológicos feitos de maneira incorreta e que podem estar causando as dores nos dentes, como restaurações, implantes e até aparelhos odontológicos;
  • alinhando os dentes mal posicionados que podem estar causando força excessiva na mastigação e sendo “culpados” pela retração gengival, por exemplo.

Lembre-se, contudo, que a melhor forma de tratar os dentes doloridos é com a prevenção. Isso significa escovar os dentes todas as vezes que se alimentar, usar o fio dental, escolher uma escova adequada para você, não colocar muita força na escovação e visitar o dentista periodicamente (em média, a cada 6 meses).

Além disso, sempre que notar algum desconforto ou problemas na sua boca, como gengiva sangrando ou avermelhada, mau hálito, entre outros, busque imediatamente o auxílio do seu dentista e evite se automedicar.

Como mostramos, a dor de dente é um assunto bastante amplo e que pode ter inúmeras causas, sendo que, apenas um profissional especializado, será capaz de identificar o motivo e os meios corretos de tratá-la.

Embora existam algumas soluções caseiras que possam amenizar o problema, o ideal é sempre buscar ajuda assim que o distúrbio surgir, já que muitas condições, quando não tratadas adequadamente, podem evoluir e levar a transtornos muito mais graves (como a perda do dente), e a tratamentos prolongados, dolorosos, complexos e caros.

Lembre-se que a dor é sempre um sinal importante de que algo não vai bem com a sua saúde e que merece a sua atenção. Evite se automedicar ou usar água oxigenada no local afetado e busque ajuda o mais rápido possível.

A prevenção é outro item essencial e que garante muito mais saúde à sua boca, evitando os problemas mais comuns que levam à dor de dente e ainda garantindo um sorriso mais bonito. Por isso, crie hábitos saudáveis, como:

  • escovar os dentes sempre após se alimentar;
  • evitar usar força excessiva na escovação;
  • sempre usar o fio dental;
  • não consumir alimentos muito ácidos, que possam afetar o esmalte do seu dente;
  • se consultar periodicamente com o seu dentista;
  • realizar uma limpeza no consultório, a cada seis meses, a fim de retirar os tártaros que podem levar a problemas periodontais;
  • procurar cuidar dos seus problemas de oclusão e até gerenciar o estresse, já que você poderá, por exemplo, colocar força excessiva na mastigação ou até ranger os dentes, o que pode causar diversos tipos de danos.

Depois de todas essas dicas, ficou mais fácil entender e cuidar da sua dor de dente, não é? Se você gostou deste conteúdo, assine a nossa newsletter e receba sempre informações importantes diretamente no seu e-mail!

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