Tem medo de anestesia bucal? Conheça 9 mitos e verdades sobre ela

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Muitas pessoas ainda fogem da cadeira do dentista por medo da anestesia bucal. E isso pode levar a complicações, já que, sem o tratamento adequado, é possível que as doenças orais evoluam e levem a quadros como inflamações e até à perda de um ou mais dentes.

Mas qual será o motivo de tanto medo? Além da fobia de agulha que algumas pessoas têm, os mitos sobre a anestesia ainda fazem com que muitos pacientes sintam-se inseguros. Esse é o seu caso? Então, continue a leitura deste artigo!

O que é anestesia bucal?

Antes de qualquer coisa, é fundamental ressaltar que nem todos os procedimentos odontológicos precisam usar a anestesia bucal. Na verdade, o que define o uso desse recurso é o nível de dor que o tratamento pode trazer e também a necessidade do paciente, já que algumas pessoas apresentam mais sensibilidade à dor do que outras.

Hoje, existem dois tipos de anestesias: a geral e a local, sendo esta última a mais usada para os procedimentos em consultório. Ela conta com medicamentos que promovem perda temporária de sensibilidade em determinada parte do corpo, sem comprometer o nível de consciência. Ou seja, faz com que o paciente não sinta dor durante os procedimentos, mas o mantém acordado.

Já anestesia geral seda o paciente por um tempo maior, e a pessoa respira por uma cânula enquanto fica adormecida. Esse tipo de procedimento apenas é realizado por profissional qualificado — no caso da odontologia, pelo cirurgião bucomaxilofacial ou, nos procedimentos hospitalares, pelo médico anestesista.

Quais são os tipos de anestesia bucal?

Como afirmamos, na odontologia a anestesia local é a mais utilizada, sendo que a geral apenas é empregada em hospitais ou clínicas específicas para cirurgias maiores, como ortognáticas ou de ATM, por exemplo.

Na odontologia são usadas, basicamente, três tipos de anestesia: o bloqueio de campo (quando os ramos nervosos terminais maiores ficam adormecidos), o bloqueio de nervo (os grandes troncos nervosos são anestesiados) e a infiltração local (apenas as terminações nervosas são anestesiadas).

Os anestésicos usados também podem variar, dependendo do procedimento a ser feito e das características do paciente. Veja os mais comuns.

Lidocaína

É o anestésico padrão da odontologia, e costuma ser aplicada em procedimentos de média duração e para gestantes. A sua ação tem início de 2 a 3 minutos depois da aplicação.

Articaína

É um anestésico de longa duração, não indicado para gestantes. O efeito tem início a partir de dois minutos.

Prilocaína

Tem as mesmas características da articaína e precisa ser evitada por gestantes, diabéticos, ansiosos e pessoas com hipotireoidismo.

Mepivacaína

Indicada para procedimentos de média duração, porém a substância tem toxicidade e potência duas vezes superior à da lidocaína. O efeito tem início 1 a 2 minutos após a aplicação.

Bupivacaína

Tem ação mais longa e potência quatro vezes superior à da lidocaína. O efeito começa entre 6 a 8 minutos após a aplicação.

Mitos e verdades: 9 pontos importantes sobre a anestesia bucal

Agora, que você já sabe um pouco mais sobre a anestesia bucal, que tal esclarecer os principais mitos e verdades? Confira.

1. A anestesia bucal pode trazer complicações

Verdade. Apesar de ser raro, algumas complicações podem ocorrer, sendo o surgimento de hematomas o mais comum. Isso acontece quando vasos sanguíneos são lesados de forma acidental pela introdução da agulha na pele. Outro problema que pode aparecer é a parestesia, quando o sintoma da anestesia é permanente, geralmente devido a danos aos nervos — mas esse caso é muito raro.

2. Mulheres grávidas não podem usar anestesia bucal

Mito. As gestantes precisam tomar cuidados extras em relação a várias medicações, e isso também é importante em termos de anestesia bucal. Entretanto, existem possibilidades que podem ser usadas com segurança pelas gestantes, como é o caso da lidocaína.

3. As anestesias podem causar reações alérgicas

Verdade. Apesar de ser uma condição rara, é possível que as substâncias usadas na anestesia causem reações. Porém, é fundamental que esse problema seja evitado. Para isso, o dentista sempre questiona o paciente antes do procedimento sobre tipos de alergia e doenças (se você tem alergia a algum medicamento deve informar essa condição ao seu dentista).

4. Todas as anestesias são aplicadas com agulha

Mito. O medo de agulha ainda é um dos motivos que fazem com que muitas pessoas deixem de ir ao dentista. A boa notícia é que já existem anestésicos em forma de gel que não precisam da agulha para ser aplicados.

Eles, contudo, não podem ser usados em todos os procedimentos, sendo indicados apenas para aqueles tratamentos mais rápidos ou em pessoas com fobia extrema de agulha. Esses anestésicos têm um tempo de ação menor, mas são absorvidos de forma mais eficaz pelo organismo.

5. Quando o dente está infeccionado, a anestesia não pega

Mito. Um processo infeccioso no dente ou na gengiva não impede a ação do anestésico, mas o medo do tratamento pode influenciar nesse processo. Por isso, é fundamental sempre buscar um dentista preparado e que passe confiança.

6. Todo mundo pode ser anestesiado

Mito. Embora os anestésicos tenham evoluído muito, é extremamente importante que o dentista faça uma avaliação completa do paciente, já que existem pessoas que podem ser alérgicas a alguns medicamentos ou ter outros problemas de saúde que desaconselham o uso do anestésico.

7. Anestesia bucal pode causar choque anafilático

Parcialmente mito. Apesar de existir esse risco, ele é extremamente improvável e muito incomum. Se algo assim vier a acontecer, o dentista tem treinamento e equipamentos para reverter a situação. Portanto, deixar de fazer algum tratamento odontológico por essa preocupação é algo bastante exagerado.

8. Os medicamentos usados rotineiramente não interferem na anestesia

Mito. É sempre importante informar o seu dentista todos os medicamentos que você costuma usar, mesmo o anticoncepcional. Isso porque os efeitos desses remédios podem anular ou potencializar a anestesia. Até uma simples aspirina pode ter interações medicamentosas.

9. A ansiedade é capaz de interferir na anestesia

Verdade. Pessoas muito ansiosas ou que estão mais nervosas diante do procedimento podem acabar com uma percepção da dor aumentada, fazendo com que a anestesia “não pegue”. Nesses casos, é importante procurar um dentista que passe confiança e buscar se acalmar antes dos procedimentos.

Como você viu, a anestesia bucal não é uma vilã e não deve ser o motivo para que você adie o seu tratamento odontológico.

Gostou deste conteúdo? Então, aproveite e continue se informando. Leia outro post nosso e descubra os benefícios da ortodontia estética.

Sobre Dr Pedro Henrique

Dentista avaliador e responsável técnico da Vital Implantes Unidade Goiânia
CRO GO: 12179
Graduado em 2011 pela FOUSP ( Faculdade de Odontologia Universidade de São Paulo)
Especialista em Ortodontia pela FUNORTE (2017)
- Atualização em implantes HC-SP (2011)
- Curso de relacionamento interpessoal dale carning (2017)
- Curso de PNL dale carning