Afinal, quando é preciso fazer enxerto ósseo para implante?

Tempo de leitura: 13 minutos

O implante dentário é um tratamento odontológico que tem contribuído bastante para melhorar a saúde bucal e a vida de muitas pessoas. Afinal, ele permite que a harmonia do sorriso seja recuperada por meio da substituição dos dentes faltosos por próteses fixas.

Em alguns casos, pode ser necessário realizar um enxerto ósseo para implante: uma cirurgia simples, mas que exige alguns cuidados especiais para que os resultados pretendidos sejam alcançados.

Quer entender por que alguns pacientes precisam se submeter a esse procedimento antes da colocação do implante dentário e outros não?

Então, acompanhe o nosso artigo e esclareça todas as suas dúvidas sobre esse assunto. Faça uma boa leitura e tenha um ótimo aprendizado!

O que é implante dentário?

A implantodontia é o ramo da odontologia que cuida da fixação de implantes na mandíbula ou no maxilar para substituir dentes que foram perdidos. O dentista especializado nessa área é o implantodontista.

Implante dentário é o nome dado ao tratamento odontológico que tem por objetivo corrigir as falhas nas arcadas dentárias, repondo um ou mais dentes faltosos por meio da colocação de uma prótese fixa.

Dessa forma, o implante é o procedimento responsável por devolver não apenas a funcionalidade da mastigação às arcadas, mas, também, para recuperar a autoestima e a segurança dos pacientes, que podem conversar e sorrir sem qualquer constrangimento.

Na verdade, o implante propriamente dito é o pino feito de titânio que é inserido no osso logo abaixo da gengiva (osso alveolar), preenchendo o lugar da raiz do dente ausente e sobre o qual é colocada a prótese.

titânio é um material de alta resistência, biocompatível e que pode ser utilizado de maneira segura não apenas na cirurgia odontológica, mas em outras áreas da saúde.

Para dar início ao tratamento, o implantodontista avaliará cada paciente de forma individualizada, para determinar os objetivos, as etapas e a duração do tratamento.

Como é o início do tratamento?

O processo de colocação do implante dentário começa com o planejamento da intervenção, etapa na qual o dentista responsável pelo tratamento fará o estudo completo da arcada dentária do paciente, bem como das suas condições prévias de saúde bucal e geral.

Por meio de exames como a radiografia é possível averiguar, entre outras questões, qual é o posicionamento dos dentes existentes e quais são as condições do tecido ósseo subjacente, pois elas precisam permitir a sustentação completa do implante e da prótese.

Quando não existe uma boa quantidade de matéria óssea ou quando o osso alveolar apresenta sinais de enfraquecimento, torna-se necessária a realização de um enxerto ósseo para implante.

Mas por que uns pacientes precisam passar por esse procedimento e outros não? Qual a finalidade do enxerto? A próxima seção do nosso artigo responderá a essas questões. Confira!

Qual é a finalidade do enxerto ósseo para implante dentário?

Para que a colocação do implante seja bem-sucedida, é preciso que o pino de titânio seja totalmente incorporado pelo osso alveolar, em um fenômeno biológico chamado osseointegração.

Nesse processo, ocorre a migração das células ósseas para a superfície do pino, ao mesmo tempo que o tecido alveolar é cicatrizado por meio da absorção das células mortas e da formação de novas células.

O metal fica totalmente incorporado ao organismo, em um ciclo que pode levar entre quatro e seis meses para se tornar completo.

Assim, fica claro que, para que haja osseointegração, é preciso haver tecido ósseo saudável e em quantidade suficiente.

Quando um paciente não apresenta condições satisfatórias nesse sentido, o dentista precisa fazer o enxerto ósseo para implante.

Isso acontece quando é constatado que o osso alveolar está fraco demais para suportar a nova peça ou quando há desgaste ou perda óssea. Nesse caso, o tecido é reposto e só depois da cicatrização o implante é feito.

Esse procedimento, então, visa preencher o osso que dá sustentação aos dentes e estimular o seu crescimento, a fim de que seja possível implantar o pino e o organismo possa fazer a correta cicatrização do local e a integração do material.

Como é feita a cirurgia?

Por meio dessa cirurgia, é possível ampliar a altura e a espessura do osso alveolar, com a utilização de pedaços de tecido ósseo extraído de locais variados.

Trata-se de um procedimento relativamente simples, que requer alguns cuidados especiais para que tudo corra bem.

O paciente é anestesiado, o que faz com que não haja dor ou qualquer desconforto durante o procedimento. Para uma recuperação tranquila, basta seguir as orientações do dentista, entre elas:

  • o uso dos medicamentos prescritos;
  • o consumo de alimentos líquidos ou pastosos, preferencialmente frios, nos primeiros dias após a cirurgia;
  • o repouso com a cabeça na postura adequada.

O tempo de cirurgia é pequeno e varia de acordo com os tipos de enxerto ósseo para implante. Caberá ao cirurgião dentista escolher aquele mais adequado para as condições do paciente, conforme mostraremos agora.

Quais são os tipos de enxerto ósseo para implante?

Embora sejam técnicas diferentes, os tipos de enxerto ósseo para implante empregados atualmente têm o mesmo objetivo: promover a recuperação do osso alveolar e, a partir de então, permitir a sustentação do pino de titânio.

Cada método tem características específicas, que o torna mais adequado para um ou outro paciente.

Enxerto autógeno

Nessa técnica, o cirurgião dentista fará a extração de tecido ósseo do próprio paciente, transferindo-o para o local necessário, reduzindo ao máximo as chances de rejeição.

A quantidade retirada de osso é muito pequena. Além disso, o material é sempre colhido de uma região onde é possível fazer a extração sem complicações — de acordo com uma análise prévia.

Trata-se do tipo de enxerto ósseo para implante mais indicado para a grande maioria dos pacientes, pois, além do baixo risco de rejeição, a formação de novo tecido ósseo é favorecida quando a fonte doadora é o organismo do próprio paciente.

Enxerto alógeno

Nesse tipo, a fonte de tecido ósseo é o organismo de outra pessoa, o que faz com que o novo osso perca boa parte da sua capacidade de desenvolvimento — a chamada capacidade morfogenética da proteína óssea.

Dessa forma, o enxerto alógeno é uma boa escolha quando se precisa formar uma espécie de assoalho para direcionar a nova formação óssea.

A segurança do procedimento está na realização de vários exames para garantir a compatibilidade entre o organismo do paciente e o tecido ósseo a ser enxertado, com exclusão de doenças como a hepatite ou a sífilis.

Enxerto xenógeno

O enxerto xenógeno é feito a partir de materiais biocompatíveis, que podem ser de origem animal (principalmente bovina) ou sintética (cerâmica, polímeros ou hidroxiapatita, entre outros materiais).

Nesse procedimento, o osso alveolar tem seu crescimento induzido pela presença do material enxertado. O risco de complicações e de rejeição é grande, o que faz dele o tipo de enxerto ósseo para implante menos utilizado.

A cirurgia consiste na mistura do material biocompatível com o sangue do paciente para posterior colocação no local onde é preciso promover o crescimento ósseo.

Portanto, é uma alternativa para os cirurgiões que preferem não submeter o seu paciente à extração de tecido, devido às condições gerais de saúde ou a fatores relacionados ao histórico odontológico.

Da mesma forma que o material orgânico, o biomaterial será incorporado pelo osso alveolar e, então, formará uma base sólida para o implante do pino.

Em alguns casos, é possível fazer o enxerto e o implante no mesmo procedimento cirúrgico. Porém, na maioria das vezes, é preciso aguardar a cicatrização e a recomposição óssea, que acontece em até seis meses.

Nesse período, o paciente pode fazer uso de uma prótese móvel para manter uma mastigação satisfatória e para sorrir com mais confiança.

Agora que você já sabe qual é a finalidade e quais são os tipos de enxerto ósseo para implante, é importante conhecer as causas da perda óssea para, então, saber o que pode ser feito para evitar o problema.

O que causa a perda óssea?

A perda óssea é um fenômeno que faz parte do envelhecimento humano. À medida que a idade avança, o tecido ósseo fica mais poroso e frágil, incluindo o osso alveolar, presente no maxilar e na mandíbula.

Entretanto, em algumas situações, a perda óssea acontece de maneira mais intensa, comprometendo o posicionamento e a sustentação dos dentes na arcada e levando ao aparecimento de outras complicações de saúde bucal.

doença periodontal — que é o estágio mais grave da gengivite, no qual a inflamação da gengiva atinge o tecido alveolar — é a principal causa de perda óssea precoce ou acentuada.

A perda dos dentes devido a lesões traumáticas ou a problemas de oclusão também leva à intensificação da perda óssea. Sem a raiz do dente, o tecido ósseo adjacente começa a se atrofiar com o passar do tempo.

Em se tratando das doenças sistêmicas, a osteoporose e a diabetes estão relacionadas à ocorrência de perda óssea.

Da mesma forma, a gravidez e a menopausa são situações que devem ser acompanhadas de perto pelo dentista, devido às modificações hormonais que podem alterar o tecido ósseo.

A pior consequência da perda óssea é a queda dos dentes. No entanto, o enfraquecimento do tecido alveolar está relacionado ao mau hálito, ao aumento da sensibilidade dos dentes e à retração da gengiva.

Sendo assim, além de conhecer as causas da perda óssea, é importante entender quais são os cuidados necessários para evitá-la, conforme explicaremos a seguir.

Continue e leitura e aprenda a proteger a sua saúde bucal!

Como evitar esse problema?

As cáries, o tártaro e a gengivite, quando não combatidos adequadamente, provocam a inflamação da gengiva, que pode culminar na doença periodontal e, consequentemente, na perda óssea.

Sendo assim, os bons hábitos de higiene bucal são a maior defesa contra a perda óssea e todas as suas consequências. Tudo começa com a escovação, que deve seguir algumas recomendações básicas:

  • escovar os dentes após cada refeição ou, pelo menos, três vezes ao dia;
  • usar uma escova de cerdas macias e trocá-la a cada três meses ou sempre que as cerdas derem sinais de desgaste;
  • não exagerar na quantidade de creme dental.

A escovação diária deve ser complementada com o uso do fio dental, do limpador de língua e do enxaguante bucal, para reforçar a eliminação das bactérias causadoras da cárie e do tártaro.

Os hábitos alimentares também exercem grande influência nas condições de saúde bucal, assim como o consumo do cigarro.

Qual é o papel da alimentação e do cigarro?

A alimentação tem papel fundamental na prevenção tanto das doenças bucais quanto dos problemas de saúde de forma geral. É por meio dos alimentos que o nosso organismo tem acesso aos grupos de nutrientes indispensáveis para o seu funcionamento equilibrado.

Portanto, quando se trata da perda óssea e da sua relação com a osteoporose e a diabetes, a adoção de uma dieta rica e balanceada pode ajudar a controlar os sintomas dessas disfunções, evitando o comprometimento do tecido ósseo.

cigarro, por sua vez, é um grande vilão para a saúde bucal. O tabaco, a nicotina e as outras substâncias presentes em sua fórmula são extremamente prejudiciais para a estrutura dos dentes e da gengiva.

Os danos causados pelo cigarro incluem o mau hálito, o escurecimento dos dentes, a doença periodontal e o câncer. Além disso, ele enfraquece o osso alveolar, criando as condições para o aparecimento da perda óssea precoce.

Para quem pratica esportes que oferecem maior risco de trauma no rosto e na boca (como o boxe e o futebol americano), a recomendação é usar protetores bucais e demais equipamentos de segurança apropriados para cada modalidade.

Por fim, é fundamental manter as visitas ao consultório odontológico em dia e não adiar o tratamento dos problemas de saúde bucal que surgirem, por mais simples que eles possam parecer.

Por que procurar bons profissionais?

O enxerto ósseo é uma cirurgia destinada aos casos de ausência de osso suficiente para sustentar o implante dentário. Como nem todos os pacientes que necessitam de implante precisarão de enxerto, somente a análise do implantodontista poderá fechar o diagnóstico.

Sendo assim, ao final do nosso artigo, lembramos que o implante é um procedimento que exige a atuação de bons dentistas e demais profissionais, para que o paciente conte com eficiência e segurança em todas as etapas do seu tratamento.

Portanto, o melhor é priorizar a saúde e dar preferência para clínicas especializadas que, além de profissionais qualificados, ofereçam infraestrutura e equipamentos de ponta.

Procure se manter bem informado para esclarecer todas as dúvidas antes, durante e depois do procedimento. Dessa forma, você terá mais facilidade para seguir as recomendações do seu dentista e ter uma ótima recuperação.

Se até aqui ainda ficou algum questionamento sobre o enxerto ósseo para implante, temos outro material que pode ajudar você. Baixe gratuitamente o nosso guia completo sobre implante dentário e entenda tudo sobre o assunto de forma definitiva!

Sobre Dr. Francisco

Dr. Francisco de Oliveira Castro
Dentista avaliador na clínica Vital Implantes.
CRO-DF 9447
Graduado em 1997 pela FELA-INCA/UEMG;
Pós-graduando em Implantodontia na EAP-ABO de Campo Belo - MG.

1 comentário


  1. Parabéns pelo artigo, simples e objetivo. Tirei algumas dúvidas! Sou estudante de Odontologia e estava fazendo uma pesquisa, vou colocar vocês nas referências 🙂

Comentários encerrados.