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O flúor é um mineral amplamente encontrado da natureza na forma de gás e ácidos minerais. Além disso, ele pode estar presente em vários elementos da sua rotina, como em produtos de higiene e em alimentos: peixes, verduras e legumes são só alguns exemplos.
Já o flúor dental, utilizado pelos dentistas e presente em vários produtos de higiene bucal, é utilizado principalmente na prevenção da cárie dentária em pessoas de todo o mundo, independente da idade.
No entanto, com a popularização dos tratamentos que incluem o flúor, surgiram também diversos questionamentos a respeito do uso da substância. Será que ela pode fazer mal aos dentes? Ela ajuda mesmo no combate à cárie?
Pensando nisso, o post de hoje tem como objetivo esclarecer o que é verdade e o que é mito acerca do flúor dental. Acompanhe e tire suas dúvidas:
1. O flúor ajuda na prevenção de cáries
Verdade. As cáries são provocadas pelo aumento das bactérias e pela exposição intensa de açúcares na boca. O açúcar se transforma em ácidos pelo biofilme dental, gerando a desmineralização, processo em que os ácidos dissolvem os minerais dos dentes.
O flúor, junto da saliva, age contra as bactérias cariogênicas. Isso porque quando o flúor está presente na saliva, ele também previne a desmineralização do esmalte dentário pelos ácidos das bactérias, reforçando o esmalte do dente.
2. O flúor dental estraga os dentes
Mito. Pelo contrário: a fluoretação é uma medida terapêutica cientificamente comprovada e segura para o tratamento da cárie dentária, uma vez que o flúor dental atua nos processos de desmineralização e remineralização que acontecem naturalmente no interior da boca.
Além disso, ele auxilia na prevenção de cáries concentrando-se nossos ossos e dentes de crianças em desenvolvimento, auxiliando no endurecimento do esmalte dos dentes de leite, dos permanentes que ainda vão nascer e também dos já formados.
3. Crianças não podem ser expostas ao flúor
Mito. O mineral é especialmente importante na infância. A criança que não recebe doses do dentifrício fluoretado não é exposta ao benefício anticárie do flúor.
O flúor está liberado para a aplicação em todos, inclusive nas crianças. Contudo, é preciso ter controle para que não sejam ultrapassadas as limitações diárias de ingestão de 0,07 mg F/Kg, segundo a Associação Brasileira de Cariologia. Para evitar o excesso, é necessária a avaliação de um dentista.
4. Não é preciso de recomendação do dentista para aplicar flúor
Mito. Não é recomendado aplicar o flúor dental sem a recomendação do dentista. Após verificar a necessidade, ele vai recomendar o uso combinado dos meios de flúor para o paciente com dificuldades em controlar a cárie, como pessoas que utilizam aparelho ortodôntico, pessoas as quais organismo produz pouca saliva por conta de medicações, pessoas com alta exposição a carboidratos fermentáveis, entre outras condições.
5. Flúor em excesso pode fazer mal
Verdade. O excesso de flúor é chamado de fluorose, uma alteração que se caracteriza pela hipomineralização do esmalte e da dentina: as camadas externas dos dentes se tornam porosas e o resultado são manchas ou linhas brancas ao longo dos dentes.
Em casos mais graves, a fluorose apresenta uma coloração marrom ou castanha, ocasionada pela deposição de íons exógeno, o que vai exigir um tratamento restaurador caso o desgaste seja elevado.
É importante ressaltar que os pais também devem ficar alertas quanto à escovação das crianças, para que elas não acabem engolindo com frequência o creme dental – que também tem flúor em sua composição.
6. O flúor é adicionado à água nas estações de tratamento
Verdade. Está até comprovado em um guia elaborado pela Política Nacional de Saúde Bucal com o Ministério da Saúde: um dos eixos da orientação da proteção à saúde bucal é a fluoretação das águas que chegam até as torneiras.
Segundo a política, é de responsabilidade do estado garantir à população o acesso universal a água filtrada e fluoretada, escova dental e demais cuidados odontológicos apropriados.
Assim, o Brasil possui o segundo maior sistema de fluoretação de águas de abastecimento público do planeta. Aqui, apresentamos uma das maiores populações mundiais com acesso a dentifrícios fluoretados.
7. As propriedades do flúor foram descobertas por acaso
Verdade. Na década de 1930, pesquisadores descobriram um grupo de pessoas que cresceram bebendo água naturalmente fluoretadas. Eles perceberam ali uma menor incidência de cáries.
A partir da constatação, o estudo foi se intensificando: no início, o flúor foi adicionado ao suprimento de água de diferentes comunidades. A prática não trouxe males às pessoas expostas e mostrou, de fato, o seu efeito preventivo contra a cárie.
8. Seu uso pode trazer riscos à saúde
Verdade, mas somente em quantidades grandes o suficiente para causar intoxicação aguda. Como já mencionamos, um dos riscos do excesso de flúor é a fluorose dental, que compromete os dentes, estrutura e esteticamente.
Além disso, o flúor é contraindicado para pessoas que possuem doenças endócrinas. Daí a necessidade de avaliar, consultando sempre um dentista, cada caso individualmente conforme o diagnóstico.
9. É preciso fazer aplicações periódicas de flúor com o dentista
Verdade. Dessa forma, é possível complementar os benefícios do mineral nos dentes, fortalecendo a dentição como um todo. O intervalo indicado para visitar o dentista para uma consulta de rotina é de 6 meses. É ele quem vai definir se será necessário aplicar uma carga de flúor no paciente e quais serão os intervalos para isso.
10. Cremes dentais com flúor podem ser usados por crianças diariamente
Verdade. Os dentifrícios fluoretados podem ser usados 2 ou 3 vezes ao dia. Isso ajuda a manter o flúor na cavidade bucal ao longo do dia, diminuindo as chances de cáries. Para minimizar os riscos de fluorose dental, a recomendação é aplicar pequenas quantidades para cada escovação. Para bebês, uma quantidade menor do que 0,05 g (menor que um grão de arroz) já basta para a higienização dos dentes.
Levando em conta os fatores envolvidos no desenvolvimento da cárie e os efeitos do flúor dental no seu controle, não há motivos para não se utilizar o flúor na higiene bucal – desde que em pequenas quantidades, como já frisamos. Com o devido controle e as visitas periódicas ao dentista, a substância só trará benefícios aos seus dentes!
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