Gengivite: veja por que ficar preocupado com essa questão

Tempo de leitura: 9 minutos

A gengivite é uma doença bastante comum, que afeta grande parte da população adulta, principalmente pessoas acima dos 40 anos. Apesar disso, muitas pessoas não sabem do que se trata essa patologia e ignoram os sintomas da gengivite.

Se você se preocupa com sua saúde bucal e quer se cuidar melhor, precisa saber o que é essa doença e a sua gravidade. Para orientar você sobre a gengivite, criamos este post com tudo o que é necessário saber a respeito desse problema de saúde bucal.

Ao longo da leitura, você vai descobrir o que é a gengivite, suas causas, quais fatores agravam a doença, como ela pode afetar a saúde do seu organismo e como evitar que esse mal afete suas gengivas. Confira!

O que é a gengivite?

Gengiva é o tecido mole que circunda a dentição. Seu aspecto, quando saudável, deve ser firme e róseo. Além disso, não deve sangrar com facilidade e precisa recobrir toda a raiz. Ela é fixada aos dentes e aos ossos pelos ligamentos periodontais.

A inflamação desse tecido é denominada gengivite e se caracteriza pelo inchaço, vermelhidão e sangramento da mucosa. Conforme essa condição se agrava, o tecido passa a sangrar com mais facilidade e a resposta inflamatória se espalha por todos os tecidos de suporte.

Inicialmente não é dolorosa e pode afetar qualquer tipo de pessoa de todas as idades. Tem como sintomas (além da inflamação): presença de mau hálito, retração da gengiva, sensibilidade nos dentes pela exposição da raiz, dor ao mastigar e mobilidade dentária.

Quais fatores provocam essa inflamação?

Presença de biofilme dental

Também chamado de placa bacteriana, consiste no conjunto de saliva, bactérias naturais da cavidade bucal e restos alimentares. É uma massa esbranquiçada ou amarelada que só pode ser visualizada quando o acúmulo é muito grande — geralmente ao acordar, depois de passar longas horas sem escovação.

Esse acúmulo é o causador da gengivite e das cáries. A presença de bactérias desencadeia uma resposta inflamatória que só cessará quando o biofilme for retirado e a higiene for mantida. Quanto mais tempo demorar para sanear os locais acometidos, maior será a extensão e a gravidade da inflamação.

Formação de tártaro

Por meio da ação constante da saliva, a placa bacteriana pode sofrer mineralização e se fixar à dentição, próxima à gengiva. Forma-se, então, o tártaro ou cálculo dental. É possível visualizá-lo como uma camada amarelada ou esbranquiçada, frequentemente nos dentes inferiores da frente, voltados para a língua, ou nos superiores do fundo, voltados para a bochecha.

O cálculo dental facilita o acúmulo do biofilme, já que ele não é liso como a superfície original. Se não houver intervenção, o quadro só piora, pois cada vez mais placas serão acrescentadas às camadas de material, machucando o tecido e causando uma inflamação ainda maior. 

Existem elementos que agravam essa condição?

Apesar dos fatores genéticos, existem alguns pontos que são capazes de ser controlados (como a falta das vitaminas C e B3). Por outro lado, alterações hormonais da gravidez, menopausa e do uso de anticoncepcionais podem contribuir para o agravo da gengivite.

Assim como os imunodeprimidos e os epilépticos, pessoas com algumas doenças (como a diabetes e a leucemia) também têm mais suscetibilidade à gengivite.

Restaurações e próteses mal-encaixadas e mal-acabadas, além da posição dos dentes, são fatores que dificultam a higienização e aumentam o acúmulo de placa — ambos podem contribuir para o desenvolvimento da gengivite.

O tabagismo é um dos fatores mais preocupantes. Ele altera a resposta inflamatória do nosso organismo, aumenta o risco e a intensidade da inflamação e, ao mesmo tempo, retarda o processo de cicatrização. A boa notícia é que a predisposição diminui quando o hábito de fumar é cessado.

De que maneira ela pode acarretar em outros problemas?

A presença de bactérias próximas a uma fonte de sangramento não é um problema que afeta apenas a saúde da boca. Existem pesquisas que já mostram diversas bactérias bucais presentes no coração e no cérebro, por exemplo.

Já foi possível associar a periodontite com doenças cardíacas, diabetes, demência, artrite reumatoide, acidente vascular cerebral (AVC), nascimentos prematuros e recém-nascidos de baixo peso. Hoje se sabe que uma simples inflamação na gengiva pode desencadear diversas doenças caso você tenha uma predisposição a elas.

Qual é a importância de se prevenir e se tratar?

 A gengivite é a primeira fase da doença periodontal. Quando ela não é tratada corretamente, evolui para a periodontite, que é a consequência mais grave da inflamação gengival.

Ela se dá quando a infecção se espalha para os outros tecidos de suporte, formando bolsas e espaços subgengivais de acúmulo de microrganismos. Ela causa a separação do dente e da gengiva. Assim, o elemento dental fica solto e pode promover dor na mastigação, lesões na raiz e morte da polpa, além de motivar sua extração.

O problema é identificado pela sondagem — procedimento que verifica a profundidade das bolsas, reconhece perdas ósseas e avalia a extensão da doença.

A gengivite é facilmente reversível, já a periodontite necessita de intervenções mais graves. Os cuidados a serem tomados inicialmente são simples, baratos e garantem uma recuperação total. A partir do momento que o suporte dental é perdido, o paciente precisará passar por uma reabilitação.

Como a gengivite pode ser prevenida?

Cuidados básicos de higiene são a melhor maneira de retirar a placa bacteriana acumulada nos dentes, evitar que se forme o tártaro e impedir a inflamação da gengiva. Veja a seguir algumas dicas.

Passe o fio dental

Retire um pedaço de aproximadamente 40 cm de fio, enrole nos dois dedos médios e deixe 10 cm livre entre eles. Com os dedos indicador e polegar, deslize o fio de modo que o longo eixo do dente seja acompanhado por ele.

Não é indicado utilizar o mesmo pedaço em outros dentes, para que as bactérias retiradas de um lugar não sejam transferidas a outro. Tente se estender além da linha gengival, sem forçar o fio contra o tecido. Depois de fazer o procedimento em toda a arcada dentária, bocheche com água a fim de tirar os restos alimentares que foram desgrudados e faça sua escovação.

Escove os dentes e a língua

É essencial escovar os dentes pelo menos 3 vezes ao dia para desarrumar e eliminar o biofilme dental. Você deve escolher uma escova com cerdas macias a fim de não machucar os tecidos moles. Sem pressionar a escova, incline-a a 45º, de modo que as cerdas se encaixem entre a gengiva e os dentes.

Faça movimentos circulares e verticais da mucosa em direção à coroa. Lembre-se de higienizar todas as reentrâncias do elemento dental e de trocar a escova a cada trimestre.

A língua também deve ser escovada (como se estivesse sendo varrida), do fundo para a frente. Sua higienização deve ser feita por último para que as bactérias dali retiradas não sejam depositadas em outros locais da cavidade bucal.

Tenha sempre uma escova de dentes na bolsa

Já falamos sobre a importância de escovar os dentes para manter suas gengivas longe de doenças. Então, para que a sua higiene bucal não seja negligenciada, o ideal é que você sempre tenha uma escova de dentes com você. Ponha o acessório na bolsa e leve-o para onde for, pois, assim, você mantém seus dentes e suas gengivas sempre limpos, bonitos e saudáveis.

Consuma mais alimentos com Vitamina C

A vitamina é um potente antioxidante, essencial para fortalecer o sistema imunológico e manter a boca livre de bactérias nocivas à sua saúde bucal. Por isso, você deve adicionar em sua alimentação diária alimentos ricos nesse nutriente.

A vitamina C é encontrada em alimentos como acerola, laranja, morango, brócolis, manga, mamão, kiwi, suco de tomate, goiaba vermelha e pimentão amarelo.

Abandone os vícios que prejudicam a beleza do seu sorriso

O cigarro é um dos principais vilões da boa saúde bucal. Então, se você quer manter suas gengivas sempre bonitas e saudáveis, abandone o hábito nocivo de fumar o quanto antes.

Além disso, alimentos ricos em açúcar e produtos industrializados devem ser evitados, pelo menos durante a semana, pois eles contribuem para a proliferação de bactérias nocivas na flora bucal.

O ideal é adotar uma alimentação saudável, rica em produtos integrais, frutas, legumes e verduras. Beber bastante água ajuda também a manter sua boca livre de bactérias prejudiciais à sua integridade oral.

Faça limpeza profissional periodicamente

As visitas periódicas ao dentista são essenciais para deixar sua boca livre da gengivite e de outros problemas bucais como as cáries e o mau hálito. Durante as consultas, o dentista avalia a necessidade de o paciente se submeter a uma limpeza profissional — o que chamamos de profilaxia.

O ideal é que a limpeza seja realizada a cada 6 meses, mas caso não seja possível, pelo menos uma vez ao ano. Durante o procedimento, o dentista vai utilizar instrumentos específicos para remover o tártaro e as bactérias presentes na boca, que não são removidas apenas com a escova de dentes.

Além de prevenir a gengivite, a limpeza profissional ainda impede o aparecimento de cáries e mantém seus dentes bonitos e saudáveis por mais tempo.

Não deixe de seguir esses cuidados com capricho, mesmo que ocorra sangramento. Esse é um dos primeiros sinais de inflamação e é então que a necessidade da higienização do local se torna mais urgente para que a doença seja contida e não evolua para casos mais graves.

Vale lembrar que a gengivite não tratada pode evoluir para uma condição muito séria. Por isso, cuide bem de sua saúde bucal, pois além desse hábito proporcionar a você um belo sorriso, você ainda vai ficar longe de outras doenças, que são consequências de doenças periodontais não tratadas.

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Sobre Dr. Francisco

Dr. Francisco de Oliveira Castro
Dentista avaliador na clínica Vital Implantes.
CRO-DF 9447
Graduado em 1997 pela FELA-INCA/UEMG;
Pós-graduando em Implantodontia na EAP-ABO de Campo Belo - MG.